Dojo Cho

Por Felipe Leite

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Nosso sensei.
Sensei Valdenberg ou professor Valdenberg, como é conhecido pela maioria das pessoas, fundou nossa escola em idos anos 90, e desde então nos presenteia com ensinamentos que vão além dos aspectos técnicos.
Dono de uma inteligência proeminente, não raramente exemplifica sua maneira de ver o ensino com uma paixão arrebatadora. Uma vez disse, citando Padre Antônio Veira: “Não é verdade que quem vidro ama como diamante, diamantes são? Se você acha que o aluno é bom, fica bom mesmo”.

Nas suas aulas é possível vê-lo desde confrontar Piaget com Pinochet, motejar canções e hinos populares até citações filosóficas. Assim trata de forma bem peculiar seus alunos, identificando suas virtudes e defeitos, dando a cada um deles o tratamento necessário para evolução na arte e na vida, sem gastar-se em coisas pequenas e provocando suas vocações internas. Como ele gosta de dizer, dessa vez citando Schopenhauer: “Você já faz as coisas porque já tinha vontade dentro de si. Vocação traduz instinto”.

Nasceu em 1947 de origem humilde, no pequeno município de Barra do Cariri, na Bahia. Também é professor da Universidade Federal de Sergipe, formado em Engenharia Elétrica, com mestrado em matemática, um doutorado em otimização e um pós doutorado em análise combinatória.

Uma vez perguntado quem era seu matemático preferido, ele respondeu: “Euler! (matemático suíço, 1707-1783). Euler morreu produzindo, já ancião. Ficou cego com 60 anos. Ele dizia o seguinte, ‘felizmente agora estou cego, tenho menos coisas com o que me preocupar’. Repare que homem nobre, né? Tudo que ele fazia era perfeito”. E isso é apenas uma parte de quem é nosso professor, que, por mérito e direito, nós temos o orgulho de dizer, “Hai, sensei”.